Estudo – A Amizade, Segundo Cícero - Final

Cla01150808[1]
Recapitule:
Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 1
Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 2
Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 3
Estudo - A Amizade, Segundo Cícero - Parte 4

O INIMIGO DA VERDADE: O BAJULADOR

“É próprio da verdadeira amizade admoestar e ser admoestado.
Daí conclue-se que, na amizade, não existe maior peste do que a adulação, lisonja e louvações. Realmente, são múltiplos os nomes a qualificar esse vício leviano e falsário de homens que falam tudo a seu gosto, mas nada que expresse a verdade”.
Como vimos anteriormente, na amizade verdadeira, um amigo, ao perceber que o outro vai dar um passo errado ou já deu, deve avisá-lo, exortá-lo e principalmente, deixar bem clara sua opinião.
O bajulador engana, omite sua verdadeira opinião em prol de outra que concorde e apoie o amigo de modo a não causar-lhe descontentamento ou ira.
Tal atitude é péssima! Praticamente empurra o amigo ladeira abaixo! Tudo isso por um sentimento de auto-preservação ou para não “estragar” a amizade.

Pode-se discernir o amigo bajulador do verdadeiro, usando da mesma diligência para distinguir entre as coisas artificiais e simuladas das genuínas das autênticas”.
Não é difícil diferenciar argumentos falsos dos verdadeiros. O verdadeiro é firme, ponderado, enquanto o falso é sempre um “oba-oba” vazio.
Entretanto é muito comum que a pessoa adulada, sinta-se inflada e, de modo complacente, aceita aquela lisonja falsa como um engrandecimento próprio.
Existe um dito popular que ilustra bem isso: “Se falarem bem de mim, mesmo que seja mentira, eu acreditarei, pois assim me sentirei bem”.
Devemos fugir disto! Falem bem ou mal, devemos refletir sobre o que foi dito e chegar a alguma conclusão. Permanecendo a dúvida, devemos consultar aquele grupo de amigos em que a confiança já está estabelecida.

“Há sim, aqueles que desejam aparecer como virtuosos, sem, no entanto, serem de fato. Para tais indivíduos a lisonja é o deleite. Quando escutam elogios fúteis, consideram ser testados em seus méritos.
Não existe amizade, quando um não quer ouvir a verdade e o outro está pronto para mentir”.

COMO FICAR PRECAVIDO CONTRA O BAJULADOR

    • O elogio fácil é agradável de ouvir, então evite se engrandecer com ele para não fomentar este tipo de atitude do bajulador;
    • Seja sensato, pois o adulador que age descoberto é muito fácil de identificar. Afaste-se dele;
    • Esteja sempre vigilante, pois o adulador discreto é difícil de identificar, na dúvida, pondere todas as opiniões que ouvir e não aceite de pronto alguma só porque vai ao encontro da sua.





CONCLUSÃO

“A virtude, não só concilia as amizades, mas também conserva. Nela reside a concordância de tudo. Nela a estabilidade e a constância.
Quando se manifesta e ostenta sua luz e, ao mesmo tempo, descobre seu brilho em outra pessoa, para a mesma ela se move e daí nasce o amor ou a amizade.
Ambos esses vocábulos (amor e amizade) derivam de “amar”. Amar, outra coisa não é senão estimar a quem se quer bem, sem cálculo e interesse ou de vantagem.
A vantagem, mesmo que não a procures, ela aflora, espontaneamente, da amizade.
Como as coisas humanas são frágeis e caducas, devemos, sempre buscar a quem amemos e quem nos ame porque, tirando da vida o afeto e a benevolência, a vida perde todo o seu encanto.
Eis as coisas que eu tinha para comunicar acerca da amizade.
Posto que não há amizade sem virtude, eu vos exorto a atribuir à virtude tal importância que, exceto ela, nada seja preferível à amizade”.
Cícero.
CiceroBust[1] 
Assim termino o estudo.
té mais!
Rodrigo Nogueira
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